sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

A FELICIDADE DE ESTAR VIVO



A felicidade de estar vivo
*João Carlos Moura
Entra e sai ano e o milagre da vida se reproduz e o espanto da morte nos confirma como sujeitos limitados e mortais. Isso assusta .
Somos seres privilegiados se respiramos, enxergamos, tivemos um lar ( não importa sob que condições), ouvimos, o paladar nos dá conta do que é salgado ou o que é doce. Estes são alguns privilégios da vida. Parece pouco, mas não é
Outros seriam o trabalho e o amor, talvez as coisas mais importantes entre todas as coisas possíveis e tangíveis. E parece pouco, mas não é...
O consumo leva a ilusão que os buracos existenciais podem – ou estão sendo preenchidos.
Ilusão. Pura ilusão. O que em sua grande maioria o consumo faz é tentar tapar as carências existenciais - que jamais serão preenchidas . A maturidade consiste justo nisso: saber que somos os seres da incompletude, os únicos na terra que já nascemos vazados, furados ( cárie, carência, falta). Somos por excelência os seres da falta, da angústia, da carência.
Ao mesmo tempo é nesta falta, neste vazio que temos a possibilidade de nos fundarmos como sujeitos humanos , como seres da criação e que inventamos a própria vida , já que quando nascemos sequer recebemos uma carta, um mapa ou esboço de como será a nossa trajetória neste Planeta solto que gira no ar sem nada que o prenda a algo seguro. Estamos nesta célere nave-mãe e viajamos sem saber o destino final – onde ela ( a Terra) vai parar ?
Que bom criarmos a nossa própria vida, que bom que é assim, porque caso o contrário a vida seria um uma chatice previsível.
Estamos todos – sem exceção – numa viajem espacial sem saber pra onde a nave vai nos levar. Isso é a vida com ganhos e perdas, confortos e desconfortos amados ou não, pobres ou ricos , alimentados ou famintos. Vale pra todos.
Vida é mais que uma badalada noite de fim de ano, em geral mais frustrante que faustosa. Quanta fantasia posta numa só noite: a noite do último dia do ano : quanta carência a fim de ser preenchida numa só noite ! E quanta desilusão vinda daí !
Estatisticamente essa última noite que marca o fim do ano que se vai, como a noite que contabiliza um dado negativo: é justo no fim do ano que aumentam os casos de suicídios, sem contar as depressões em todas as suas variantes : a perda de um amor ou de um filho, a não realização de projetos pessoais, fracassos ( os mais diversos) e um número sem fim de outras causas onde a tristeza às vezes momentânea ( que também pode ser causada por perdas ou frustrações) é confundidada com depressão. Depressão é coisa grave, profunda . Tristeza não, pode ser passageira.
Pode se tornar depressão ? Pode, mas para isso há terapia, aconselhamento, amigos, nreligião . E uma tristeza, quem não tem vez ou outra ou pequenas decepções ?
Isso é comum. Faz parte do humano. Faz crescer. Nós tornamos mais humanos a medida que aceitamos isso e procuramos elaborar à partir disso . Ficamos mais sensíveis e podendo compreender e sobretudo ser solifdário ao outro, sobretudo a quem falta tudo !
Não é o consumo de objetos ou pessoas que dá a verdadeira felicidade. O consumo - imperativo ou o deus do capitalismo - desvia o ser da sua verdadeira felicidade: a felicidade de ser raro num mundo cheio de falsos modelos , ser original, único, sentindo o verdadeiro bem-estar , mais que a passageira felicidade de ter.
A vida é um milagre . A recebemos como uma graça divina e nos cabe zelar ou não por este singular e único presente recebido dos céus.
Quantos não podem ver, ouvir, andar, caminhar, sentir o tato e o cheiro de uma flor, poder tocar e acariciar e sentir o corpo do ente amado e querido.
Sem falar dos absurdos das guerras que produzem dilaceramentos incontáveis e que fazem profundas cicatrizes para a vida toda.
Daí devemos agradecer a Deus o fato de sermos brasileiros e estarmos vivendo este momento histórico e futuroso de nossa história - como país e como pessoa.Parece que o Brasil acordou- saiu do berço esplendido- se descobriu como nação que deseja incluir todos neste projeto de nação sem imitação dos modelos estrangeiros, tão gastos e que produziram ao longo da história mais sofrimento que bem-estar.
Aproveitemos o momento para darmos um salto. Um salto para a vitória pessoal e coletiva, porque ninguém pode viver feliz sozinho, disse o Poeta...
O Brasil somos nós. E enquanto houver probreza não pode haver felicidade pessoal – ou coletiva.
Seremos todos responsáveis pelo que pode ou não acontecer com essa Nave-Mãe-Brasil-Terra.
E com nosso vida - em particular - nos cabe a direção, sem culpar o nascimento ( origem) , ou qualquer outro acontecimento.
Fazemos a nossa vida, mas em geral fazemos de conta que não a fazemos. Culpar algo ou outrem é muito mais fácil e menos oneroso.
Façamos todos uma ótima viagem ( sem exageros) - todos- sem distinção de raça-cor ou credo.,
A viagem é para todos: aproveitem, reflitam neste dia 31 e sigam viagem...
*Psicanalista e artista plástico

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Águas do S.Francisco / Elio Gaspari pega Sabatella


Num país em que posições radicais são uma raridade, a atriz Letícia Sabatella chamou a atenção com sua atitude recente em relação a transposição do São Francisco. Elio Gaspari faz uma singela homenagem à atriz na sua coluna de hoje da Folha. Ele repete uma história do presidente Lula que é a cara do Nosso Guia. Em 1980, Lula fez uma greve de fome quando estava preso e foi flagrado por um colega chupando balas. Metamorfose ambulante é isso aí. (Beto)
Letícia Sabatella fez bem ao Natal
Vive-se melhor enquanto houver gente disposta a ir para a rua sustentando aquilo em que acredita
ENTRAR NO Natal pensando na solidariedade que Letícia Sabatella deu ao bispo Luiz Cappio faz bem à alma. Nem tanto pelas razões que a levaram ao sertão baiano e a Brasília. Questão controversa, a transposição do São Francisco tem defensores e críticos cujos pontos de vista merecem atenção e respeito. O que enobrece os gestos de Sabatella é o simples exercício de suas convicções.Suas aparições podem ter provocado algum desconforto, sobretudo em pessoas que pensam de maneira diferente. Se ela estivesse numa campanha publicitária de condomínios ou de biquínis, seria o jogo jogado. Como participa de um movimento político (ao qual sua carreira nada deve), deveria ficar calada.Numa época de marquetagem de celebridades, essa atriz (35 anos, uma filha) é ave rara. Tem seu trabalho e suas opiniões, mas, fora delas, é uma perfeita anônima. Quem a conhece atesta que são duas as suas marcas: o profissionalismo e a inflexibilidade de opiniões políticas.Está mais para o estilo da inglesa Vanessa Redgrave do que para a versão anos 60 de Jane Fonda, que fez fama posando numa bateria antiaérea norte-vietnamita e está pedindo desculpas até hoje.Quando Nosso Guia elabora a teoria da metamorfose ambulante, acaba-se confundindo convicção com excentricidade. Lula revelou que "eu sei o que é greve de fome, dá uma fome danada". De fato, em 1980, quando estava preso ele liderou uma greve de fome na cela. Tinha umas balas escondidas e foi flagrado por um colega. Posteriormente, apoiou a greve dos bandidos que seqüestraram o empresário Abilio Diniz.É irrelevante concordar com as opiniões de Letícia Sabatella para poder apreciar as suas atitudes, sempre calmas, educadas. A distância que estabeleceu na resposta à carta aberta do deputado Ciro Gomes é um exemplo disso. (Ambas foram publicadas em "O Globo"). Vive-se melhor enquanto houver gente disposta a ir ao sertão do Nordeste ou à praça do bairro para sustentar aquilo em que acredita.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Ao mestre Niemeyer todos os nossos agradecimentos


Vou ilustrar com estra singela maquete a capela de S. José Operário o presente que o maior genio da arquitetura brasileira deu à comunidade carente de Vargem Grande, no Rio. As imagens abeançoam as palavras, agora desnecessárias.

Grato Oscar Niemeyer

Rio S. Francisco / Os contra e os a favor / VALE O DEDATE

Inicialmente desejo dizer do equivoco do bispo D.Cappio por fazer greve-de-fome para pressionar o governo a mudar de posição num projeto já decididido. Acho que é justo o ditado "ao bispo o que é do bispo"mas que isto não leve ao equívoco suicidade de matar-se por uma questão que ele considera nobre, que deve ser estudada , meditada e o mais óbvio me parece ser o seguinte: não me parece ter o bispo competência técnica para dizer ou não o que deve ser feito em favor de populações que serão beneficiadas pela transposição das águas. Entendi no que li a respeito que os beneficios e ganhos para imensas populações dependentes das tais águas serão maiores que as perdas. Isso mesmo. Haverá a longo prazo mais solução que problema, como hoje está. Considedrei de bom senso a medida do senhor bispo de suspender a greve de fome, coisa chocante que assustou aleigos e até membros sérios da igreja.

Vamos ao debate:

CARTA DE CRIRO GOMES PARA SABATELLA

20/12/2007
Letícia,
ando meio quieto por estes tempos, mas, ao ver você visitando o bispo em greve de fome no interior da Bahia, pensei que você deveria considerar algumas informações e reflexões. Poderia começar lhe falando de República, democracia, personalismo, messianismo… Mas, sendo você a pessoa especial que é, desnecessário. O projeto de integração de bacias do rio São Francisco aos rios secos do Nordeste setentrional atingiu, depois de muitos debates e alguns aperfeiçoamentos, uma forma em que é possível afirmar que, ao beneficiar 12 milhões de pessoas da região mais pobre do país, não prejudicará rigorosamente nenhuma pessoa, qualquer que seja o ponto de vista que se queira considerar.
Séria e bem intencionada como você é, Letícia, além de grande artista, peço-lhe paciência para ler os seguintes números: o rio São Francisco tem uma vazão média de 3.850 metros cúbicos por segundo (!) e sua vazão mínima é de 1.850 metros cúbicos por segundo (!). Isto mesmo, a cada segundo de relógio, o Rio despeja no mar este imenso volume de água.
O projeto de integração de bacia, equivocadamente chamado de transposição, pretende retirar do Rio no máximo 63 metros cúbicos por segundo. Na verdade, só se retirará este volume se o rio estiver botando uma cheia, o que acontece numa média de cada cinco anos. Este pequeno volume é suficiente para garantia do abastecimento humano de 12 milhões de pessoas.
O rio tem sido agredido há 500 anos. Só agora começou o programa de sua revitalização, e é o único rio brasileiro com um programa como este graças ao pacto político necessário para viabilizar o projeto de integração.
No semi-árido do Nordeste setentrional, onde fui criado, a disponibilidade segura de água hoje é de apenas cerca de 550 metros cúbicos por pessoa, por ano (!). E a sustentabilidade da vida humana pelos padrões da ONU é de que cada ser humano precisa de, no mínimo, 1.500 metros cúbicos de água por ano. Nosso povo lá, portanto, dispõe de apenas um terço da quantidade de água mínima necessária para sobreviver.
Não por acaso, creia, Letícia, é nesta região o endereço de origem de milhões de famílias partidas pela migração. Converse com os garçons, serventes de pedreiros ou com a maioria dos favelados do Rio e de São Paulo. Eles lhe darão testemunhos muito mais comoventes que o meu.
Tudo que estou lhe dizendo foi apurado em 4 anos de debates populares e discussões técnicas. Só na CNBB fui duas vezes debater o projeto. Apesar de convidado especialmente, o bispo Cappio não foi. Noutro debate por ele solicitado, depois da primeira greve de fome, no palácio do Planalto, ele também não foi. E, numa audiência com o presidente Lula, ele foi, mas disse ao presidente, depois de eu ter apresentado o projeto por mais de uma hora (ele calado o tempo inteiro), que não estava interessado em discutir o projeto, mas “um plano completo para o semi-árido”.
As coisas em relação a este assunto estão assim: muitos milhões de pessoas no semi-árido (vá lá ver agora o auge da estiagem) desejam ardorosamente este projeto,esperam por ele há séculos. Alguns poucos milhões concentrados nos estados ribeirinhos ao Rio não o querem. A maioria de muitos milhões de brasileiros fora da região está entre a perplexidade e a desinformação pura e simples. Como se deve proceder numa democracia republicana num caso como este?
O conflito de interesses é inerente a uma sociedade tão brutalmente desigual quanto a nossa. Só o amor aos ritos democráticos, a compaixão genuína para entender e respeitar as demandas de todos e procurar equacioná-las com inteligência, respeito, tolerância, diálogo e respeito às instituições coletivas nos salvarão da selvageria que já é grande demais entre nós.
Por mais nobres que sejam seus motivos - e são, no mínimo, equivocados -, o bispo Cappio não tem direito de fazer a Nação de refém de sua ameaça de suicídio. Qualquer vida é preciosa demais para ser usada como termo autoritário, personalista e messiânico de constrangimento à República e a suas legítimas instituições.
Proponho a você, se posso, Letícia: vá ao bispo Cappio, rogue a ele que suspenda seu ato unilateral e que venha, ou mande aquele que lhe aconselha no assunto, fazer um debate num local público do Rio ou de São Paulo.Imagine se um bispo a favor do projeto resolver entrar em greve de fome exigindo a pronta realização do projeto. Quem nós escolheríamos para morrer? Isto evidencia a necessidade urgente deste debate fraterno e respeitoso. Manda um abraço para os extraordinários e queridos Osmar Prado e Wagner Moura e, por favor, partilhe com eles esta cartinha. Patrícia tem meus telefones. Um beijo fraterno do Ciro Gomes
Ciro Gomes é deputado federal (PSB-CE) e foi ministro da Integração Nacional
Original em: http://www.integracao.gov.br/saofrancisco/noticias/noticia.asp?id=3043


Carta-resposta de Sabatella pra Ciro Gomes:

Resposta de Letícia Sabatella a Ciro Gomes publicada no O Globo
Escrito por Imprensa em dezembro 23, 2007
LETÍCIA SABATELLA
Caro deputado Ciro Gomes, Antes de visitar frei Luiz Cappio em Sobradinho, tinha conhecimento desse projeto da transposição de águas do Rio São Francisco, através da imprensa, e de duas conferências sobre o meio ambiente, das quais participei a convite de minha querida amiga, a ministra Marina Silva. Há alguns anos, quieta também, venho escutando pontos de vista diversos de ambientalistas, dos movimentos sociais, de nossa ministra do Meio Ambiente e refletindo junto com o Movimento Humanos Direitos (MHuD), do qual faço parte.
Acompanho a luta de povos indígenas e ribeirinhos, sempre tão ameaçados por projetos de grande porte, que visam a destinar grande poder para um pequeno grupo em troca de tanto prejuízo para esses povos, ao nosso patrimônio social, ambiental e cultural.
Acredito que devam existir benefícios com a transposição, mas pergunto, deputado, quem realmente se beneficiará com esta obra: o povo necessitado do semi-árido ou as grandes irrigações agrícolas e indústrias siderúrgicas? Afinal, a maior parte da água (bem comum do povo brasileiro) servirá para a produção agrícola e industrial de exportação e apenas 4% dessa água serão destinados ao consumo humano.
Sabendo do desgaste que historicamente vem sofrendo o rio, necessitado de efetiva revitalização, sabendo do custo elevado de uma obra que atravessará alguns decênios até ser concluída e em se tratando de interferir tão bruscamente no patrimônio ambiental, utilizando recursos públicos, por que razão, em sendo sua excelência deputado federal, este projeto não foi ampla e especificamente discutido e votado no Congresso? Por qual motivo essa obra tão “democrática” foi imposta como a única solução para resolver a questão da seca no semi-árido, quando propostas alternativas, que descentralizam o poder sobre as águas, não foram levadas em consideração? No dia 19 de dezembro de 2007, o que presenciei na Praça dos Três Poderes, em Brasília, foi a insensibilidade do Poder Judiciário, a intransigência do Poder Executivo, e a omissão do Congresso Nacional. Será que não precisamos mesmo falar mais sobre democracia republicana, representativa? Ou melhor, praticar mais? Quanto ao gesto de frei Luiz, sinto que o senhor não age com justiça, quando não reconhece na ação do frei uma profunda nobreza. Sinto muito que o senhor ainda insista em desqualificálo. Por tê-lo conhecido e com ele conversado, participado de sua missa na Capela de São Francisco junto aos pobres, pude testemunhar sua alma amorosa e plena de compaixão humana, pastor de uma Igreja que mobiliza e não anestesia, que ajuda a conscientizar e formar cidadãos. Ele vive há mais de trinta anos entre ribeirinhos, indígenas, trabalhadores rurais, quilombolas e é por eles querido e respeitado.
Conhece profundamente as alternativas propostas pelos movimentos sociais, compostos por técnicos e estudiosos que há muitos anos pesquisam o semi-árido. Uma dessas alternativas foi proposta pela Agência Nacional de Águas, com o Atlas do Nordeste, que foi objeto de seu debate com Roberto Malvezzi, da Comissão Pastoral da Terra, cuja honestidade intelectual o senhor publicamente enalteceu em seminário realizado na UFF. Ele mostrou que o projeto da ANA custaria R$ 3,3 bilhões, metade do custo da transposição, beneficiando com água potável 34 milhões de pessoas, abarcando nove estados: então, por que o governo não levou em consideração esta opção mais barata e mais abrangente? Infelizmente, caro deputado, Dom Cappio não exagerou quando decidiu fazer seu jejum e fortalecer suas orações para chamar a atenção de todos à realidade do povo nordestino. O governo do presidente Lula optou por um modelo de desenvolvimento neocolonial que, dando continuidade à tradição de realizar grandes obras para marcar seus mandatos, sacrifica o povo com o custo de seus empreendimentos, enquanto o que esperávamos deste governo era a prática de uma verdadeira democracia.
Rio de Janeiro, 20 de dezembro de 2007
Letícia Sabatella


Carta de Elio Gaspari no Globo

Num país em que posições radicais são uma raridade, a atriz Letícia Sabatella chamou a atenção com sua atitude recente em relação a transposição do São Francisco. Elio Gaspari faz uma singela homenagem à atriz na sua coluna de hoje da Folha. Ele repete uma história do presidente Lula que é a cara do Nosso Guia. Em 1980, Lula fez uma greve de fome quando estava preso e foi flagrado por um colega chupando balas. Metamorfose ambulante é isso aí. (Beto)
Letícia Sabatella fez bem ao Natal
Vive-se melhor enquanto houver gente disposta a ir para a rua sustentando aquilo em que acredita
ENTRAR NO Natal pensando na solidariedade que Letícia Sabatella deu ao bispo Luiz Cappio faz bem à alma. Nem tanto pelas razões que a levaram ao sertão baiano e a Brasília. Questão controversa, a transposição do São Francisco tem defensores e críticos cujos pontos de vista merecem atenção e respeito. O que enobrece os gestos de Sabatella é o simples exercício de suas convicções.Suas aparições podem ter provocado algum desconforto, sobretudo em pessoas que pensam de maneira diferente. Se ela estivesse numa campanha publicitária de condomínios ou de biquínis, seria o jogo jogado. Como participa de um movimento político (ao qual sua carreira nada deve), deveria ficar calada.Numa época de marquetagem de celebridades, essa atriz (35 anos, uma filha) é ave rara. Tem seu trabalho e suas opiniões, mas, fora delas, é uma perfeita anônima. Quem a conhece atesta que são duas as suas marcas: o profissionalismo e a inflexibilidade de opiniões políticas.Está mais para o estilo da inglesa Vanessa Redgrave do que para a versão anos 60 de Jane Fonda, que fez fama posando numa bateria antiaérea norte-vietnamita e está pedindo desculpas até hoje.Quando Nosso Guia elabora a teoria da metamorfose ambulante, acaba-se confundindo convicção com excentricidade. Lula revelou que "eu sei o que é greve de fome, dá uma fome danada". De fato, em 1980, quando estava preso ele liderou uma greve de fome na cela. Tinha umas balas escondidas e foi flagrado por um colega. Posteriormente, apoiou a greve dos bandidos que seqüestraram o empresário Abilio Diniz.É irrelevante concordar com as opiniões de Letícia Sabatella para poder apreciar as suas atitudes, sempre calmas, educadas. A distância que estabeleceu na resposta à carta aberta do deputado Ciro Gomes é um exemplo disso. (Ambas foram publicadas em "O Globo"). Vive-se melhor enquanto houver gente disposta a ir ao sertão do Nordeste ou à praça do bairro para sustentar aquilo em que acredita.


Carta de Leonardo Boff sobre D.Cappio




Estou enviando este material como reflexão sobre a questão do bispo Dom Cappio, meu antigo aluno de teologia. Queiram divulgá-lo caso acharem conveniente.Um abraço lboff Por uma justiça maiorMuito de nós estamos acabrunhados com o resultado do Suipremo Tribunal Federal concedendo campo livre para o governo implementar a transposição do rio São Francisco. O debate naquela corte suprema foi mal colocado. A questão central não era de ecologia ambiental mas de ecologia social. Não se tratava apenas de decidir se o megaprojeto do governo implicava impactos ambientais danosos, coisa que o IBAMA, numa decisão discutível, garantiu não haver. O que se tratava acima de tudo era de ecologia social: a quem beneficia socialmente o faraonismo daquela projeto governamental? Aos sedentos do semi-árido ou ao agronegócio e às indústrias? Os dados falam por si: cerca de 75% da água se destina ao agronegócio, 20% às indústrias e somente 5% à população sedenta. Aqui se dá o confronto de duas posições: a do governo e a do bispo Dom Luiz Flávio Cappio, bispo de Barra (BA). O governo busca um crescimento que, segundo os dados cima referidos, atende primeiramente os interesses dos poderosos e secundariamente as necessidades do povo sofredor, o que configura falta de equidade. Esta posição é chamada de modernização conservadora, teórica e práticamente superada. O bispo Dom Capppio encarna uma postura ética dando centralidade ao social e à vida, especialmente dos milhões de condenados e ofendidos do semi-árido com os quais ele trabalha há mais de 20 anos. Em função deste projeto social que prioriza o povo e a vida e que não nega outros usos da água, há de se ordenar a transposição do rio São Francisco. A justiça legal consagrou o projeto de crescimento do governo. Mas a justiça não é tudo numa sociedade, especialmente como a nossa, marcada por profundas desigualdades e conflitos de interesses que debilitam fortemente a nossa democracia.O que sustenta a posição do bispo é outro tipo de justiça, aquela originária que antecede à justiça legal, justiça que garante o direito da vida, especialmente daqueles condenados a terem menos vida e por isso a morrerem antes do tempo. A larga tradição da ética cristã, racionalmente fundada em Aritóteles e em Santo Tomás de Aquino afirma aquela justiça originária e alimenta ainda hoje modernos projetos de ética mundial. Ela sustenta que acima da justiça está o amor à humanidade e a todos os seres. Lamentavelmente, não foi isso que se ouviu no arrazoado dos ministros do Supremo Tribunal Federal.O amor ao próximo e ao sofredor é a regra de ouro, a suprema norma da conduta verdadeiramente humana porque abre desinteressadamente o ser humano ao outro a ponto de dar a própria vida para que ele também tenha vida, como o está fazendo o bispo Dom Cappio, figura de eminente santidade pessoal e de incondicional amor aos deserdados do vale do São Francisco. Esta é a justiça maior de que fala Jesus, porque tributa amor e respeito Àquele que se esconde atrás do outro que é o Grande Outro, Deus. O povo brasileiro em sua profunda religiosidade é sensível a esse argumento.Para entender a posição e a atitude profética do bispo, precisamos compreender este tipo de fundamentação. É perversa a tentativa de desqualificar sua figura considerando-o autoritário e falto de base popular. Ele está ancorado nos milhões que geralmente não são ouvidos porque são tidos por incuravelmente ignorantes, zeros econômicos e óleo queimado. Mas eles são portadores de um saber de experiências feito, construido na convivência com o semi-árido e no amor ao rio que chamam com carinho de Velho Chico.O compromisso de Dom Cappio continua, secundado por todos aqueles que até agora o acompanharam, especialmente, os movimentos populares e nomes notáveis da cena nacional e internacional.Se ele, em consequência de seu gesto, vier a falecer, a transposição poderá ser feita, pois o governo dispõe de todos os meios, militares, legais, técnicos e econômicos. Mas será a transposição da maldição.O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por tudo o que representa, não merece carregar esta pecha pelos séculos afora.


Leonardo Boff /teólogo


sábado, 22 de dezembro de 2007

O bar e a casa



O bar e a casa
* João Carlos Moura

Não fui que fiz esse texto, foi o texto que se fez em mim.
Tenho observado que certos bares se transformaram em extensão (e intenção) de casa. Dei-me conta disso ao passar pelo Bar Jóia,no Jardim Botânico, Rio.
Muitos dos tradicionais freqüentadores ainda lá estavam atarraxados às suas cadeiras. Outros se foram, por motivos óbvios: Raul Seixas, Tarso de Castro, Chico Buarque, Pedro Pellegrino e tantos e tantos outros que diziam ser o Passarinho (garçom) o melhor tirador de chope do Rio. E se ouvia: “ tira mais um sem colarinho...Passarinho “! E lá vinha ele: bigodudo, falante, simpático, inteligente e grande referência da política fosse municipal ou federal: o Passarinho falava e era tudo silêncio à volta, porque tinha a autoridade de mais um nordestino que também veio iludido em busca da cidade maravilhosa,o Rio d’antanho.
Nem o Passarinho está mais lá, nem Raul Seixas, nem Tarso de Castro (Eduardo Mascarenhas me disse ser o Tarso autor desta frase : “ não existe mulher séria, o que existe é mulher mal-cantada ! “). Sei lá. Eles lá em cima é que discutam isso , porque agora são anjos e se livraram para sempre da zoeira que se transformou o ex-charmoso bairro do silêncio e do verde carioca : o Jardim Botânico das palmeiras imperiais.
E a casa a ver com isso? Pois é amigo : o bar,o botequim, o buteco e o pé-sujo com outros nomes virou o lugar da grande psicanálise a céu-aberto ! Fala-se de tudo. Conta-se tudo. As intimidades afloram – e defloram os nossos ouvidos até então sacrossantos! Desde sexualidade (conversa quase óbvia e preferida entre homens) até contas a pagar, falar mal da norinha, o safado do patrão que ainda não pagou o 13, e aquele político que pintou o cabelo cor de rosa-choque e que rouba...e rouba...e rouba - e não é que ainda sorri o “sem-vergonho” ( como se diz no norte) dizendo que vai ser reeleito ?
Pois é: o buteco virou extensão da casa e o que era privado virou público. Privada-pública !
Amigos se encontravam. Agora só dá chato e fofoqueiro. O bar que era lugar de encontro virou o lugar do desencontro - e do desencanto ! Porque agora em bar, nem mulher se arranja mais, só se arranja briga e dor de ouvido por causa do barulho...e histórias da vida do alheio...
*psicanalista e artista plástico que não freqüenta bar principalmente porque a enchova tá cara e o cumendador pode passar por lá e chamar todo mundo de vigarista. E pode até acertar – desta vez !

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007


Parafuso de menos, que falta faz ?

Texto de João Carlos Moura / Búzios

Dizem em Búzios com freqüência:” essa cara tem um parafuso de menos !
Ou essa mulher ficou desparafusada porque depois de 25 anos de casamento o marido assumiu que era gay, e adora parafuso ( graannndeeee ).
E daí, que importa isso ?
Que diferença faz um parafuso – à mais ou à menos .
Quem tem os parafusos nos devidos lugares – tudo certinho - não suportaria estar em Búzios. Morar em Búzios. Viver em Búzios. Menos ainda fazer política em Búzios.
O cara normal ( com todos os parafusos no lugar ) é um chato .
É do tipo que se acha ter todos os parafusos nos lugares e a preços justos. Esse deve ter um parafuso a menos. Nem precisa comprar mais algum de reposição pois dizem ser esse o parafuso (esse que falta, por exemplo na prefeitura) o mais caro do Brasil – talvez do mundo - ,duzentos e cinquenta reais – é o que dizem as desparafusadas línguas !
Por ter língua solta (sem parafuso que a prenda) fala mal dos políticos locais mas não tem a coragem-moral para se aventurar e disputar um cargo público, porque lhe falta ou porque tem excesso de parafusos.
Agora só um cara com parafuso solto tem a audácia de falar mal de políticos .
Taí classe desparafusada – sim – mas incapaz de cometer uma compra errada com seu dinheiro – público . Parafuso caro, nem pensar, nem comprar. Isso é coisa de gente desonesta que quer ganhar dinheiro comprando parafusos caros e desnecessários, o que não é o caso da prefeitura de Massaranduba, ali pertinho de Cabo Frio, de onde se soltou o parafuso-umbilical que os ligavam e se tornou essa fofura, limpa, impecável, com obras mais que desnecessárias .
Lá só se compra parafusos para usos ultradevidos e sempre cotados como os mais baratos em todas as cotações de preços, conforme mostrou a imprensa local de Búzios e um jornalão do Rio, muito recentemente.
Por isso viva Búzios onde todos os desparafusados se entendem e não precisam comprar parafusos.
Deixam que a prefeitura de Massaranduba ( é madeira de dar em doido ) se encarrega de comprar caso seja necessário comprar. E compram. Carin, carin, mais é bunitim, bunitim não é de ouro nem de prata, quem viu falou: “ aquele abestado de duzentos e cinqüenta reaus não é de ouro nem de prata seus bobim... é de lata... i disfalça...i disfalça !

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Cultura brasileira e globalização


Acabo de ter duas lições exemplares do Brasil Muderno : um bar nos Ossos colocava música da internet, sem pagar nada aos músicos. Altíssima - estrangeira: chata, repetitiva, monótona... e eu querendo ler um livro no banquinho e na mesinha da praça pública : NEM PRIVADA-PÚBLICA E NEM GLOBALIZADA- AINDA !

E a outra lição vem do Nordeste - lá só toca ( felizmente ) a variada, rica e plural música brasileira da mais original cultura do mundo : a nossa.

Os gringos nos Ossos - donos do bar-mixuruca-mixórdia - não entenderam porque o seu merda - bar fica vazio: porque é uma merda globalizada. Só isso !

Cultura da violência que também a música deles propaga tipo COLUMBINE !

Chata, barulhenta, insuportável - mesmo para os outros gringos que nos visitam .

Insurpotável ! Repito: insuportaável ! Cheia de estrangeirismos bobos.

Afinal, como dizia o Darcy Ribeiro: temos a raça mais linda do mundo !

A arte brasileira é isso: rica, plural, variada, por isso linda, original, sem cópias.

É a expressão da nossa linda gente : desinibida, festiva, em nada monótona !

E nem imunda e nem globalizada, como aquela tevê tenta nos impingir...madrugada a dentro...e que se repete na tarde no noticiário da violência no teleal e nas novelas - chatas - que produzem !

A cultura da burrice é a cultura globalizada.

Sai fora gringo...chato...globalizado.

Fique aqui o gringo que não queira nos mudar com suas manias ( musicais, inclusive) .

Uma boa visita da Policia Federal mos ajudaria...e muito !

Alguns desses gringos não suportariam uma REVISTA GERAL..

E para nós - brasileiros - agiríamos exatamente como eles fazem em seus paises: ilegal, prisão ou sai agora!

Aqui não é uma TERRA DE NINGUÉM como alguns pensam e nos acham muy amigos...

Calma lá: somos orgulhosamente brasileiros. Nos respeitem. Ou caiam fora, já !

domingo, 2 de dezembro de 2007

Viva a TV DIGITAL !

Começa neste domingo uma nova revolução na TV Brasileira Neste domingo, às 20h30, começam as primeiras transmissões da TV digital brasileira, com a difusão em alta definição (High Definition) de um discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O programa será gerado em cadeia, diretamente da Sala São Paulo, na Estação Júlio Prestes, por um pool de emissoras (Cultura, Band, Rede TV, Globo, Record e SBT). O presidente Lula estará presente ao evento, ao lado dos ministros das Comunicações, Hélio Costa, e da Casa Civil, Dilma Roussef. Inicialmente, a transmissão abrangerá apenas a grande São Paulo, mas a previsão é de que, a partir do próximo semestre, a TV digital esteja disponível também no Rio de Janeiro, devendo atingir todo o país até 2013 e substituindo totalmente o padrão analógico até 2016. O impacto da chegada da era digital no país só pode ser comparado ao do começo das transmissões em cores, na década de 70, e os usuários ainda têm muitas dúvidas sobre o novo sistema. A principal delas é saber se ainda poderão usar as atuais TVs analógicas, com tubo de imagem ou com telas de LCD e plasma. Segundo técnicos do setor sim, porque o decreto 5.280 (de 29 de junho de 2006), obriga as emissoras a manterem a transmissão analógica até 29 de junho de 2016. Outra dúvida é se a adesão ao novo sistema será gratuita. A nova forma de transmissão será gratuita, como a atual TV analógica, mas para acessar os canais de alta definição o telespectador precisa ter uma TV também digital e uma antena UHF.
(leia a íntegra)

FONTE:SECOM, Planalto, Brasilia

Beleza e crime em Alagoas

Beleza e crime em Alagoas


De João Carlos Moura /

texto enviado da Praia do Francês

É um contraste impensável de existir e a imprensa de Alagoas não trata de outro assunto com tanta intensidade: a violência é o tema central desse Estado pobre e de beleza singular.
As últimas pesquisas do IBGE colocam Alagoas entre os Estados mais pobres do país, perto do Maranhão e do Piauí. Quem diz que pobreza e violência não estão conjugadas que venha à Maceió e faça uma caminhada noturna na bela orla (mais bonita que a Barra da Tijuca) e confirme ao final se foi ou não assaltado. Essa proposta foi feita numa importante coluna no jornal de Collor.
Ontem uma pesquisa dava conta de que 80% dos moradores de Maceió já haviam sido assaltados, li numa coluna na GAZETA, jornal de Collor.
Penso que este índice de Maceió é mais elevado do que os índices do Rio onde as tevês projetam em suas telinhas o pior dos mundos como se fosse uma exclusividade do Rio.
E Búzios que em 60 dias teve mais de 9 pousadas assaltadas, conforme saiu notícia no GLOBO? Como a península da Brigitte fica agora – também - nas estatísticas de violência ?
Não é suficiente a beleza da costa de Alagoas – das mais lindas do Brasil – e dos preços bem convidativos para qualquer turista. É mais que importante que o turista se sinta seguro e protegido, porque tanto Alagoas (capital de Maceió) quanto Búzios dependem basicamente do turismo.
E turismo sem segurança, nem pensar.
Curiosamente entre os 2 Estados mais pobres do Brasil ( Maranhão e Maceió) estão entre seus comandantes - talvez - aqueles que tenham sido os 2 homens mais poderosos do Brasil até pouco tempo: Sarney (riquíssimo) no Maranhão paupérrimo, e Collor ( milionário) na Alagoas miserável. Ambos os Estados que produzem pouquíssimo ou quase nada, mas que são abundantes em pobreza e violências.
E não é raro vermos nos jornais de Alagoas (Collor comanda a rede mais poderosa de comunicação no Estado) e Sarney o equivalente na comunicação em seu miserável Estado, o Maranhão.
Voltando a Alagoas, é de espantar o número de autoridades públicas (com destaque para políticos) que estão envolvidos em crimes - os mais variados -, mas os de morte fazem parte da tradição que parece vir desde Lampião, porque “certos cabras foram – ou estão - marcados para morrer”!
Ainda agora acabo de ver no jornal de Marechal Deodoro (onde estou, na Praia do Francês) a virulência com que o senador Renan (aquele mesmo, o amante da peladona da PLAYBOY) se dirige a seu arquiinimigo político João Lyra ofendendo-o como nunca vi nem Carlos Lacerda fazer contra Getúlio ou aquele que Lacerda chamou de “Rato Fiúza”cuja família honrada vive até hoje em Petrópolis. Yedo Fiúzo era do PTB e Lacerda da UDN, e aquilo na época era uma espécie de briga entre gato e rato, mais ou menos ainda como vi acontecer ainda hoje em Alagoas.
Eu jamais havia visto um político se dirigir a outro político como Renan se dirige a João Lyra. Pelo jeito, isso vai acabar em morte ou mortes, aliás, coisa comum em Alagoas.
E agora descobri o pior: os jovens, mesmo adolescentes, estão se armando também. Muitos – como ouvi relatos- compram um trabuco antes mesmo de comprar outras coisas...
Lamentável que tenhamos que tecer estes comentários e pedir a Deus que essa praga (a violência) se afaste depressa de Búzios também, porque senão os turistas não colocarão o Brasil ( e esses belos lugares ) mais como opção turística porque beleza natural, violência – em suas várias manifestações - e crime, não combinam...e afugentam todos, inclusive os antigos freqüentadores, como já vemos acontecer em Búzios.
Agora matéria de VEJA diz que Búzios irá rceber um milhão de turistas. Ficarão como e onde ?
Saberemos pelas tevês que não fazem matéria paga com esse tipo de notícia !

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FRIBURGO ARDE

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Imensas queimadas modificam a paisagem de Friburgo

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