sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Uma Feliz Natal


Uma Feliz Natal

*João Carlos Moura



Pareço um gringo desejando um feliz Natal. A frase foi feita para expressar de fato a impressão favorável – e amorosa - que tive dessa encantadora e feiticeira cidade ao norte do Brasil.



Quando era muito pequeno, estive lá e lembro-me de uma foto que circulava na família, onde aparecíamos na volta de navio para o Rio, ao lado de Câmara Cascudo, potiguar (quem é do R.G.do Norte), o maior folclorista do Brasil, com mais de cem livros publicados.



Havia também alguma coisa que se dizia em nossa família que Cascudinho (como o tratavam em família) era primo de minha avó materna, Da Engraçia, cujo marido, vovô Firmo era poeta e escritor em estado permanente de poesia.



Onde está essa foto com Cascudinho ? Eu estava de tênis novo, lembro-me bem do cheiro de borracha o que me faz também associar ao enjôo por conta daquele cheiro de comida de navio.



Tenho ainda “foto-grafadas” em minha memória - quase sempre mais visual que auditiva ou literária - algumas coisas que senti agora como se já tivesse estado lá. Estive ,aos 4 ou 5 anos de idade, e o que veio forte na lembrança, estando lá agora, foram as areias, as dunas, as cores do mar, o cheiro das frutas, e as paisagens que persigo até hoje, e se desdobram na pintura que faço agora: o mar, as frutas e a paisagem de Natal.



Não veio por acaso a fama que agora tem a cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte. De beleza única, uma gente super amável, hospitaleira, simpática .



Pareceu-me que lá estão fundando e construindo uma civilização nova no Brasil: cidade limpa, respeito ao meio ambiente, gente calma , acolhedora e cordata.



Uma ida à Natal é lição para ninguém do Rio ou São Paulo botar efeito.



Em Natal lembrei-me do nosso querido amigo Titto Rosemberg, um dos pioneiros – também – da luta ecológica pelo bem do Brasil, diferente dos caiados ou caídos pelo mato ou mar a dentro.



Titto, que hoje mora em Pipa, saiu de Búzios prevendo em suas lúcidas-alucinações, que teríamos na península buziana - com horário nobre na novela - uma casa colada na outra a tomar conta de toda a paisagem.



Em Búzios isso não aconteceu, mas infelizmente na “mudernidade” de uma parte de Natal tem um prédio colado no outro, como em Copacabana, que era modelo negativo para o Brasil, um paredão de concreto.



Ainda dá tempo de segurar a belíssima paisagem costeira de Natal.



Pipa não devia ter a fama que tem. O mesmo de Bonito em Mato Grosso do Sul. Muita badalação e nada que mereça destaque. Se em Bonito há poucas árvores no centro da cidade, por exemplo, Pipa não tem praias tão belas que façam jus à propaganda que se faz dela. Juro que foi decepcionante ir à Pipa. Nada de impactante como se vê, por exemplo, em outras belíssimas praias, principalmente às do litoral norte em Natal. Pipa fica no litoral sul.



Em resumo: Natal merece uma visita. Ou várias visitas. Há o que se ver, onde comer muito bem e passear tranquilamente, como em poucas cidades do Brasil hoje em dia. Natal é um show!



* Artista plástico

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Imensas queimadas modificam a paisagem de Friburgo

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